12.4.03

Dia de Gibi Novo: Global Frequency 6

Se tem uma coisa que me deixa muito irritado é gente mais esperta do que eu. Por outro lado, não tenho muita paciência com gente que não é esperta. Uma vez que vou me irritar de qualquer jeito, que seja com gente mais esperta. Pelo menos descubro alguma coisa.

Odeio admitir, mas Warren Ellis é mais esperto que eu. Se restava alguma dúvida depois de ler o final de Transmetropolitan, ela foi desintegrada com Global Frequency. A começar pelo formato. Doze edições, cada uma ilustrada por um artista. Cada uma com uma história completa, ligada às outras apenas pela premissa e pela continuidade dos personagens. Um formato tremendamente comercial para os quadrinhos, facilmente adaptável para outros meios e que permite matar personagens e explorar idéias à vontade.

A premissa da série se adapta perfeitamente ao formato. Existem mil e uma pessoas na Global Frequency, uma organização formada por especilistas nas mais diversas áreas que lidam com emergências que exércitos e governos não podem ou querem lidar. A Global Frequency é liderada por Miranda Zero, uma ex-agente que conseguiu chantagear alguns governos em manter a organização.

Mas você já sabia disso tudo. O que me deixou puto com sexta edição de GF foi o fato de eu nunca ter ouvido falar do principal elemento da história, o le parkour, um novo esporte que consiste em corridas de obstáculos através das cidades. Em The Run, a protagonista é uma agente da Frequency que tem que chegar até uma bomb biológica em algum lugar às margens do Tâmisa - a Londres de David Loyd é bem convincente, aliás, mesmo sem mostrar pontos turísticos (não que eu já tenha ido à Londres).

Como todas as edições da série, esta é muito boa e mal dá tempo para o leitor respirar. O que quase compensa a irritação de nunca ter ouvido falar de algo que todo mundo já sabe?

Ninguém falou disso no Fantástico ainda, falou?